Retirado do site: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u565475.shtml em 14/05/2009
O MEC (Ministério da Educação) e o comitê responsável pela elaboração do novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) decidiram nesta quarta-feira qual será a matriz de habilidades da prova que substituirá o vestibular das universidades federais. Segundo o ministro Fernando Haddad (Educação), os conteúdos permanecerão os mesmos que são ministrados hoje pelo ensino médio, o que muda é a "forma de perguntar".
"Não se está reinventando nada, até por respeito aos alunos que estão concluindo o ensino médio na forma atual. O que se aprovou hoje, tendo por base os conteúdos, foi como abordar os conteúdos. A ênfase deixa de ser na memorização e passa a ser na capacidade de compreensão dos fenômenos da natureza, por exemplo", disse.
A matriz de conteúdo será divulgada nesta quinta-feira (14), após reunião com os secretários estaduais de educação. Segundo Haddad, o novo formato não permite as "pegadinhas", por exemplo, nem vai exigir que o aluno decore uma fórmula ou a data de um fato histórico.
"O que ele precisa saber é como se desenrolaram os processos históricos e a implicação dos fatos na vida dos países", afirmou.
O ministro disse acreditar que como nem todos os conteúdos podem ser cobrados a partir da matriz de habilidades estabelecida pelo MEC, a tendência é que o volume de conteúdos diminua.
"Hoje o programa de ensino médio é um empilhamento dos programas dos vestibulares", afirmou. Em breve, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) deve divulgar um modelo da prova para que os alunos tomem conhecimento do formato.
O presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Amaro Lins, afirmou que muitos vestibulares do país já adotam esse formato de prova. "O grande avanço é que o país inteiro vai ter a possibilidade de um exame que tem grandes ganhos em relação ao modelo atual."
Ajuda
Haddad disse ainda que vai pedir um reforço ao Ministério da Justiça na aplicação e logística de distribuição das provas. Hoje, cerca de 2 mil agentes da Polícia Federal fazem a segurança nos locais de prova do Enem, mas em função do possível crescimento do número de inscritos, o MEC quer aumentar esse efetivo.
Como já tinha sido determinado pelo MEC, a prova será nos dias 3 e 4 de outubro. Os estudantes que quiserem se candidatar às vagas de uma das instituições participantes devem necessariamente participar do exame que terá uma redação e 200 questões de múltiplas escolhas. Os testes serão de linguagens e códigos, matemática, ciências naturais e ciências humanas.
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